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NOTAS SOBRE COMO SEGUIR OS SEUS SONHOS E COLOCAR A MÃO NA MASSA

Atualizado: 30 de set. de 2018

Se você anda precisando de um chute no traseiro para colocar a mão na massa e fazer as coisas acontecerem, esse texto é pra você meu filho.


Quero te contar hoje sobre um livro do qual eu não esperava grandes coisas, mas que terminou me convencendo a dar os meus dois braços e as minhas duas pernas à torcer no fim das contas. #GIRLBOSS foi lançado em 2014


e eu esperei uns bons anos até a hype (popularidade exagerada que algum tema do momento causa nas pessoas) baixar.


Ele foi escrito pela Sophia Amoruso, criadora da loja online Nasty Gal e, desde o lançamento do livro, diretora da fundação GIRLBOSS. O livro conta, basicamente, a sua trajetória: como foi que ela passou de uma zé-ninguém a empreendedora? Da onde ela tirou a ideia desse negócio milionário e como que ela conseguiu criar uma empresa com mais de trezentos funcionários?

Quer dizer, ela não era ninguém.


Uma simples garota pobre de vinte e poucos anos que conseguiu, ao longo de mais de oito anos, se transformar em uma das mulheres mais valiosas do mundo. Essa é a sinopse do livro, mas a história é um pouco mais complexa do que isso. Se esse resuminho despertou o seu interesse, recomendo muitíssimo que deixe essa resenha de lado e vá já comprar o livro.

Porque se autobiografias com um toque de motivação são a sua praia, eu não quero estragar as delícias das sacadas que a Sophia vai te contar ao longo do livro. Mas se você, assim como eu pensava, não acha que essa moça mereça todo esse alarde, acompanhe essa resenha informal.


Lá embaixo estão as cinco frases que mais me chamaram atenção no livro (embora pudessem ser dez ou quinze facilmente, já que foi difícil para caçamba escolher só cinco). Esse texto não pretende ser nenhuma resenha estilística ou crítica super completa, aliás, de forma alguma.


O objetivo aqui é te dar um gostinho do que o livro da Sophia pode fazer por você. 💃


A recompensa instantânea nunca teria vindo caso o meu primeiro passo tivesse sido elaborar um plano de negócios. E sem essa recompensa instantânea, eu poderia não ter prosseguido.


Repete comigo: recompensa instantânea.

Essa é uma das minhas frases favoritas e o contexto dela é o seguinte: a Sophia estava contando, lá pelo meio do livro, como foi que vários passos acidentais e impensados terminaram resultando na criação de algo maravilhoso. Aqui ela ressalta a importância de ter escolhido um caminho que gerou uma recompensa instantânea.

Ou seja: algo prático e visível que deu à ela o gostinho da onde ela poderia chegar. A primeira coisa que ela fez foi criar uma loja no Ebay e tirar fotos de algumas peças de roupas vintage que ela tinha em casa. Esse tipo de comércio virtual estava bombando por volta de 2007 lá nos Estados Unidos, pelo o que ela conta, mas ninguém tinha se masterizado nisso ainda.

Ela percebeu essa tendência e pensou, durante o turno obrigatório em um emprego super hiper mega chato: “Oras, eu posso fazer isso também”. Ela começou a adicionar mulheres como amigas no MySpace e foi abrindo leilões para as suas roupas no Ebay.

Ela não fez um plano de negócio.

Ela não sentou por dias no escritório e deliberou sobre quais seriam as melhores táticas para entrar no mundo das lojas online. Ela não tinha nenhum coach, orientador, consultor ou planejamento para apontar o caminho.

Ela simplesmente pegou a ideia mais fácil e mais interessante, para a qual ela já tinha todos os recursos básicos (roupas, internet, câmera fotográfica), e deu o primeiro passo. E depois deu outro, e outro e mais outro.


A ideia aqui não é “se recoste no conforto da sua cadeira e espere que as coisas caiam do céu”. Todo o percurso dela deu um puta trabalho e só de ler o livro eu já fiquei cansada. Mas a gente precisa sentir na pele os benefícios e as recompensas daquilo que a gente quer fazer.


A gente precisa ver que: (a) somos capazes e que (b) aquilo é possível.


Qual ser humano, em sã consciência, não ficaria animado de ver umas centenas de reais entrando na sua conta corrente por causa de uma ideia boa e simples que ele colocou em prática? Quem não ficaria animada de ver que já está colhendo os frutos por ter feito aquela difícil, porém essencial, mudança de hábito?


Já falei isso aqui nesse texto e agora tenho a Sophia para terminar de te convencer: não há nada de errado com planejamento e previsões, mas a gente se engaja mesmo e se compromete com os projetos é na prática. Não na teoria, não nos nossos sonhos. As suas chances de realmente ir até o fim e alcançar as suas metas aumentam muito quando você consegue, desde o início, sentir na pele os benefícios delas.


É preciso ter um tipo especial de teimosia para ser bem-sucedida como empreendedora. E, seja como for, você não recebe o que não pede.


Ou, como dizemos aqui no Brasil, “quem não chora não mama”.

Mais uma vez, essa frase não é para ser livremente adaptada para o discurso de “tá vendo, eu preciso mesmo é pedir tudo para as pessoas e esperar que as coisas caiam do céu”. O sentido é mais profundo do que isso.

Nessa parte, Sophia estava contando sobre a primeira “feira de negócios” na qual ela foi depois de já ter se estabelecido com a Nasty Gal. Alguns anos depois do seu primeiro leilão de roupas no Ebay, ela tinha então um site profissional e um escritório com o estoque de roupas.


A loja virtual ainda oferecia peças vintage, mas ela estava querendo encontrar estilistas menores para consignar as suas peças modernas para que a sua loja as vendesse. Ou seja: trabalho duro de ir falar com pessoas, “bater na porta” de possíveis parceiros e saber vender à si mesma.

Coisa braba, minha gente.


Nessa primeira ocasião em particular, algumas pessoas riram e desacreditaram totalmente da loja da Sophia, presumindo que deveria ser uma coisinha meia-boca de fundo de quintal, e já adiantavam um veemente “não”. Ela diz que, com um estilista em específico, ela precisou puxar o celular do bolso e mostrar o site da Nasty Gal.


Ela afirmou que os estoques voavam sempre, que as compras aumentavam a cada dia e que ela já tinha um público fiel que adorava as composições de looks que ela montava para divulgar as suas peças.


Ou seja: algumas pessoas até podem te oferecer ótimas oportunidades sem você nem pedir, mas, na maioria das vezes, é tu mesmo quem vai precisar ir atrás do que você quer e pedir isso abertamente. Você precisa estar qualificado e seguro das suas habilidades em entregar o prometido, é claro.


A Sophia fez isso depois de uns bons quatro ou cinco anos construindo a sua marca, agradando às clientes e refinando as suas habilidades. O negócio não é ser um iniciante mal saindo das fraldas e pedir por oportunidades incríveis. Mas a vida de empreendedor (e de qualquer profissional competente, na verdade) é dura mesmo.


Você precisa, até certo ponto, não se contentar com o status quo e lutar pelas coisas que você gostaria muito de fazer. E isso envolve conversar com pessoas, se fazer ver, entregar sempre um excelente trabalho, conhecer bem o meio e a sua profissão e nunca parar de aprender.


Se qualquer “não” já te desanima, vai ser mais difícil de ir longe e de conquistar coisas maravilhosas, tanto no profissional quanto no pessoal.


Estou falando sobre a visualização que funciona quando levantamos a bunda do sofá e fazemos as coisas. Isso não é muito louco?


A Sophia diz que não acredita em sorte, mas acredita em mágica.


Pausa rápida pra dizer, aliás, o quão autêntica, simples e divertida é a forma dela de narrar a sua própria história. Ô mulher espirituosa! Consigo ver claramente porque esse livro foi um super sucesso, especialmente entre as pessoas mais jovens.


A Sophia tem, hoje em dia, uns trinta e poucos anos, mas as suas opiniões e visões sobre a vida, o mundo dos negócios e a conduta moral das GIRLBOSSES (palavra que significaria, em português, como algo como “chefonas") é terrivelmente afinada e na mosca. Ela fala muitas verdades nuas e cruas, mas demonstra também ter uma crença sutil na possibilidade da vida ser mágica.


A palavra “sorte”, para ela, já está tão rodada que ganhou uma conotação negativa e preguiçosa: como se você não precisasse trabalhar pelas coisas e fazer a sua parte para ser agraciada com sorte, sabe?


Mas a vida é mágica e isso ninguém pode negar. Revisitando as pessoas que cruzaram o seu caminho e as coincidências bizarras que aconteceram, ela divide o crédito do seu sucesso com as bençãos que a vida colocou no seu caminho.

Isso, tudo, claro, vai no mesmo caldeirão do trabalho duro e é por isso que eu adorei tanto essa frase. Já que somos todos adultos aqui, vamos aceitar logo essa contradição natural da vida e aprender a viver em paz com ela: as coisas são difíceis, sim, mas nós temos um grande poder sobre as nossas próprias vidas.


As coisas não são preto ou branco, frio ou quente.


Várias pessoas recebem, mesmo, uma grande bolada do destino e tem muita “sorte”, mas qualquer um de nós tem pelo menos algumas condições para colocar a mão na massa e fazer um trabalho realmente espetacular.


A Sophia diz que não gosta muito dessa nova onda de conselhos de livros de autoajuda que andam flutuando hoje em dia e que falam do poder da “visualização”. Apesar de eu entender bem da onde esses conselhos saem, ela realça e te relembra do poder verdadeiramente incrível e invencível: o de levantar a bunda da cadeira e fazer as coisas. E esse então! É tiro e queda. 👌


Embora eu acredite que você precisa ter a intenção de realizar os seus sonhos, também acho que você tem que deixar espaço para que o universo faça as coisas da maneira dele.


Mais uma sacada maravilhosa, terrivelmente equilibrada e até um pouquinho amarga: por mais que você tente, nem tudo vai sair da sua maneira. Por mais que você planeje, a vida ainda tem um poder muito grande de simplesmente te jogar novos desafios e oportunidades sem nenhum aviso prévio.


Para algumas pessoas, isso pode ser aterrador e paralisante. Para outras, é uma brisa refrescante que injeta um cado de adrenalina. Independente do tipo de pessoa que você seja, achei muito digno compartilhar essa frase. O Ted, de How I Met Your Mother, já falou algo parecido: a sua vida não é só as coisas que você faz, mas também as coisas que acontecem com você.


A vida é parte trabalho duro, parte surpresas. Parte intenção ativa, parte coisas imprevisíveis.


Relembrando de toda a sua história, fica bem claro para o leitor que a Sophia conseguiu um equilíbrio muito bom entre “trabalho duro” e “se deixar levar pela correnteza”, em termos de opções e oportunidades de negócios. E esse é um ótimo lembrete, vindo de uma mulher hiper bem sucedida, para que a gente faça isso também, na nossa medida.


Não tente controlar absolutamente todas as possibilidades de todos os caminhos possíveis. Não seja tão neurótico que você não consiga fazer uma coisa diferente de vez em quando. Se a dúvida do que fazer está te assolando, olhe em volta, com olhos bem abertos, e se pergunte: o que o Universo está colocando no meu caminho?


Quais opções estão simplesmente ali, se apresentando para você? Não existe certo nem errado, minha gente, apenas caminhos que podemos escolher seguir. E por mais que, às vezes, eles sejam difíceis e sinuosos, ainda é uma grande cartada de maturidade e de sabedoria conseguir captar essas pistas sutis do acaso.


Deixe um pouco de espaço em branco e de margem de erro na sua rotina e, de modo geral, na sua vida. Nunca se sabe quais coisas incríveis podem surgir dessas pausas.


Sonhe grande o quanto quiser — esse é o sentido de todo este livro! — mas saiba que o primeiro passo na direção desse sonho, provavelmente, será um passo pequeno.


Já disse: é o balanço harmonioso entre contradições bizarras que fizeram esse livro ser, para mim, uma pérola. Aqui a Sophia bate de novo nessa tecla e nos lembra que, por mais incríveis que sejam as nossas aspirações, precisamos começar pequeno.


Não porque somos menores ou incapazes, nada disso. Mas por que ninguém atualmente grande (em poder, sucesso, habilidade ou realizações) começou dessa forma. Absolutamente ninguém.


Ninguém que tenha realmente trabalhado com os próprios braços, quero dizer. Ter sucesso (independente do que seja isso para você) é maravilhoso, mas essa jornada precisa começar em um lugar de humildade onde você aceita as suas limitações e tem sangue frio suficiente para encarar as suas falhas de mente aberta.


Porque é só quando você entende bem o que está te impendindo de crescer que você consegue corrigir e tapar esse buraco. E, já que o meu objetivo aqui é escancarar as feridas, não se engane: todo mundo tem buracos. Todo mundo tem limitações, dúvidas e habilidades não desenvolvidas.


E todo mundo que quiser crescer vai precisar ficar cara a cara com os seus defeitos. Nada realmente incrível vai acontecer do dia para a noite, também. A natureza não funciona assim e não tem porque ser diferente para nós, seres humanos.


Ouvir essa palavra da Sophia, uma mulher que tem um império e que foi pioneira dentro do seu ramo, me deixou muito mais tranquila.


Por mais tímidos e iniciantes que sejam os meus primeiros passos agora, tudo bem.

Todo mundo começa assim.


Concluindo


Ficou claro que eu absolutamente amei esse livro? Ótimo!

Foi uma leitura bem rápida e muito calorosa e animada. A autora conta a história de um jeito fácil e interessante, conectando vários pedaços e inserindo diversas lições de vida valiosas no meio do caminho.

No final do livro tem um capítulo que fala bastante sobre moda e outro que entra em detalhes sobre entrevistas de emprego e o que fazer se você estiver no início da carreira. O público dela com certeza são mulheres novas, entrando no mercado de trabalho pela primeira vez, mas não existe um ser humano que não se beneficiaria de conhecer a sua história.


Esse post foi publicado originalmente em Eu Organizado



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